domingo, 24 de fevereiro de 2013

Enfim, a liderança...

Líder, líder, líder... Não lembro a última vez que postei isso, mas foi em 2011. Bons tempos! Quanta alegria a Portuguesa me proporcionou! E hoje, retornamos a liderança. Dias após eu completar 30 anos, a Lusa vai lá e ganha de 3 a 0. Foi um bom presente. Mesmo na A2, que eu acho um porre, consigo me divertir e sair feliz com a Portuguesa.

Mas acho que não tenho nada para comemorar com a Lusa no topo da tabela. Primeiro, não faz mais que a obrigação. Segundo, a Portuguesa tem que sobrar neste campeonato e terceiro: Ainda não engoli a A2. Este campeonato não é para a Portuguesa. Eu até ouvi dizer:  "Chegamos no nosso lugar, a liderança!!"

NÃO! Pelo amor de Deus, nosso lugar não é a A2, nem a liderança da A2, deveríamos estar brigando pelo título do Campeonato Paulista, este é o nosso lugar! Nosso lugar é entre os grandes.

Mas já que estamos na A2, vamos fazer direito e ir atrás de BONS reforços, encarar esta competição desanimadora como uma pré-temporada.

Quem frequenta o Canindé, sabe que a maioria dos jogadores não tem condições de disputar o Brasileiro. E sabemos que a Lusa precisa se mexer (com urgência), senão seremos o maior fracasso da Série A.

E  o Viana, hein? O craque Diego Viana continua fazendo gols. Hoje marcou o sétimo milagre. Milagres acontecem e ele precisa continuar nesse ritmo, quem sabe algum clube se interessa e aproveitamos e  para mandar o Henrique de brinde.

Aliás, Henrique... HENRIQUE, o que acontece com você? Deixei a arquibancada do Canindé estressada com você. Não faça mais isso. A semana já é difícil, a vida tá uma loucura e chego no estádio e vejo esse show de horrores, não dá, né?

Mas o melhor da tarde foi o golaço do Luis Ricardo. Um espetáculo! O gol dele ajudou a amenizar meu mau humor, minha falta de paciência com o Henrique e me fez chegar em casa satisfeita com a Lusa. Mas confesso, conto os dias para o fim da A2... Não aguento mais a A2.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Até quando?

- Morreu um cara durante o jogo do Corinthians, você viu?

- Sim. Um sinalizador atingiu  rosto dele. Sinalizadores não são proibidos?

- São. Mas tanta coisa é proibida e ninguém respeita.

- Que merda! É uma vida que se perdeu na arquibancada. O garoto estava lá para torcer, comemorar o gol do time e voltar para casa. E não voltou pra casa.

- Uma fatalidade.

- Não, não foi uma fatalidade. Estavam com um objeto proibido na arquibancada, os responsáveis devem ser punidos.

- Mas você acha que alguém será punido?

- Se a Conmebol for uma entidade séria, sim. Alguém tem que pagar pela vida do garoto.

- Tenho minhas dúvidas.

- Eu também tenho. Mas poderia ser eu, você, nossos irmãos, nossos amigos, o desconhecido do lado. Poderia ser qualquer um. Nós frequentamos os estádios, sabemos da existência de sinalizadores, de babacas, de várias coisas erradas que acontecem dentro e fora da arquibancada. Alguém tem que ser punido. Na próxima rodada, vai acontecer a mesma coisa, vão falar por dois dias e no terceiro vão esquecer.

- Não é a primeira vez que alguém morre em um estádio.

- Infelizmente, não será a última vez. Estamos expostos ao perigo. Só porque visto a camisa de time A, o cara do time B acha que é meu inimigo. Não deveria ser assim, ele é só meu rival. Cada um na sua torcida e no fim do jogo dividindo a mesma cerveja.

- Não podemos generalizar.Existem pessoas boas e ruins e todos os lugares. 

- Sei lá. Eu só cagona. Sou a primeira a sair correndo se tiver uma briga na arquibancada.  Não vou ao estádio para brigar, vou para torcer e me divertir. Não sei identificar um adversário bom ou ruim. Quero ir para o Canindé, com a camisa do meu time, e voltar pra casa. 

- Tem gente que vai só para brigar.

- São uns babacas. Como vou levar meus pais, irmãos e incentivar crianças a aparecerem no Canindé enquanto existirem pessoas que vão só para brigar? Como ir tranquila para um estádio se os babacas incentivam a violência e estão prontos para uma guerra contra a torcida adversária. 

- Desiste. Vê pela TV.

- Cresci na arquibancada. Meu lugar é lá. 

- Então você pode ser a próxima...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O último degrau da arquibancada mais alta


Sabe aqueles dias em que tudo que pode dar errado, dá errado? Tem gente que fala que é a tal lei de Murphy. Um amigo diz que é a Lei do Eddie Murphy, uma amiga fala que é a Lei da Smurfete e eu digo que é a lei da sobrevivência e essa tal lei vive me testando. E assim foi minha quarta-feira repleta de Murphy´s, Eddie Murphy´s e Smurfetes.

Cheguei atrasada em um estádio vazio, novecentos e poucos corajosos, guerreiros, sofredores, apaixonados em busca de futebol, diversão, bolinho de bacalhau, tremoço, amigos...

Apesar do verão, fazia frio e garoava. Fui para um canto qualquer da arquibancada observar o time da Portuguesa. Não contente com aquela garoa, subi até o último degrau da parte mais alta do Canindé para me esconder da chuva e ver o jogo. Estava com sede de vitória.

Fazia muito tempo que não acompanhava uma partida do degrau mais alto do Canindé. Tanto tempo que nem lembro o jogo, mas aposto que chovia.

O tempo passou, e a garoa ficou ainda mais forte. Eu ali, sozinha, no lugar mais alto do Canindé me perguntava: O que estou fazendo aqui?

A explicação.

Minutos depois, a Portuguesa abriu o placar com Moisés. Ufa! A Lusa tinha desencalhado! Enfim, um gol. Um gol do meu time, porra! Mas não tinha ninguém conhecido para eu compartilhar minha alegria.

Minutos depois, o segundo gol. Diego Viana! Olhei para o moço do meu lado e perguntei: foi o Diego Viana? Ele respondeu: foi! (quase falei: me belisca, por favor! Mas achei mais prudente deixar pra lá). Fiquei ali observando a comemoração do Viana. Em segundos, ele pulou, se jogou no chão, imitou um saci e eu tive a sensação de que nem ele estava acreditando no gol (ou seria um milagre?). Mas sim, foi o Diego Viana, e não era alucinação! Os desconhecidos do meu lado estavam surpresos com o gol dele. Eu, ali do último degrau da arquibancada mais alta, vi o gol do Diego Viana. Comemorei!

Acabou o primeiro tempo, eu ainda excitada com o gol do moço com tiara, desci os degraus da parte mais alta do Canindé e fui para as cadeiras me esconder da chuva e compartilhar com os amigos a alegria de ver o gol (o milagre) do Viana.

No segundo tempo, o Viana ainda deu um passe para o Cordeiro e marcou mais um gol. Comemorou. Foi substituído e foi aplaudido. Aplaudido para ganhar moral, sabemos que foi uma fatalidade. (Ele nos enganou com os gols, nós enganamos ele aplaudindo. Foi uma troca). Mas espero que ele prove que foi categoria (putz) e não uma obra do acaso. A vitória por 4 a 0 deixou a torcida (um pouquinho) menos impaciente. E aumentou o ânimo dos jogadores.

Foi uma noite inesquecível! Não pela vitória de 4 a 0 diante do fraco Grêmio de Osasco, nem pela chuva e frio, nem pelos gols do Viana.  Mas ali da parte mais alta do Canindé só tive uma certeza: Mesmo vazia, a arquibancada é meu ambiente e lá eu me sinto bem independentemente da chuva, do frio, dos gols, da falta de gols, do Murphy e do cansaço que senti subindo até lá....


(P.S. - Por causa da Lei de Murphy me atrasei, mas dois garotos dos Leões me salvaram e fui com eles até o Canindé. Eu não sei o nome dos garatos, mas sei que são da bateria da torcida. Quando chegamos, cada um foi para um canto e nem tive tempo de agradecer pela companhia e ajuda). 

(Vejam a comemoração do Diego Viana)