quarta-feira, 26 de março de 2014

Campanha: Futebol Sem Racismo



O Boteco da Lusa vai entrar em campo junto com outros blogs na campanha Futebol Sem Racismo.

Sobre o Futebol Sem Racismo

A pátria em chuteiras, na expressão consagrada por Nelson Rodrigues, é uma das definições mais bem resolvidas de tudo o que o futebol representa para o brasileiro. Pés de todas as cores foram, são e serão calçados para fazer do país uma fonte de craques. O racismo não pode ter espaço nem dentro do gramado, nem nas arquibancadas. Muito menos na Copa do Mundo de 2014.

Manifestações recentes de intolerância contra jogadores, árbitros e torcedores negros são o ponto de partida desta campanha, movida por pessoas, torcedores, blogueiros, jornalistas, cidadãos... Gente que quer o espetáculo da bola entre jogadores, independentemente da cor da pele.

Primeiro, vamos jogar o racismo para escanteio. Depois, vamos tirar o tema da retranca e contra-atacar: construir ações para clubes, jogadores, torcedores, poder público... para cada um assumir sua posição no time do Futebol Sem Racismo.

Para saber mais sobre o Futebol Sem Racismo, entre em contato com os organizadores, através das Redes Sociais. Participe, compartilhe, colabore! 


domingo, 23 de março de 2014

O 4 a 3 mais importante do mundo

Enquanto o mundo se preparava para ver Real Madrid e Barcelona, Messi, Cristiano Ronaldo, Xavi Alonso, Casilas, Neymar etc. Eu seguia em direção ao Canindé para ver Portuguesa e Rio Claro.

O metrô de São Paulo não é muito diferente daquele de Madri, muda só a quantidade de linhas, lá tem muito mais que aqui. A Estação do Santiago Bernabéu fica na boca do Estádio.  Já aqui, a estação Portuguesa Tietê, fica uns dois quilômetros de distância do Canindé e o trajeto não é dos mais agradáveis.

Cheguei ao Canindé. O jogo era a despedida da Lusa, mas o Rio Claro ainda disputava uma vaga na próxima fase do Campeonato Paulista.

Aproximadamente 740 torcedores, sentados na arquibancada de cimento, tomaram garoa e passaram frio no Canindé para ver a última rodada do Paulistão (ou Paulistinha). E milhões de pessoas no mundo, sentadas no sofá, assistiam a um catadão do mundo entre Real Madrid e Barcelona.

O Rio Claro abriu o placar e minutos depois a Lusa reagiu com o gol do garoto Gabriel Xavier (que joga melhor que o Messi), em seguida, a Lusa virou a partida com Rondinelly (que bateu a falta melhor que o Cristiano Ronaldo).

Ainda no primeiro tempo, a Portuguesa abriu vantagem em cima do adversário e fez 3 a 1, com o gol do nosso Messi, Gabriel Xavier.  Lance duvidoso? Eu vi a bola entrando no gol. A bandeirinha deu o gol e comemoramos.

Já no segundo tempo, a Leandro, que joga melhor que qualquer atleta do Barça ou do Madrid, foi lá e marcou o quarto da equipe rubro-verde. O Rio Claro ainda se esforçou e marcou mais dois gols.

E o jogo mais importante do fim de semana terminou em 4 a 3. E assim a Lusa se despediu do Campeonato Paulista.

Vinte minutos depois, já no sofá de casa, eu consegui ver uma parte do segundo tempo do joguinho lá na Espanha. O placar, em Madri, terminou 4 a 3 para o Barcelona. Quem abriu o placar, quem fez os gols, se foi pênalti ou não, não me importo.

O 4 a 3 do futebol de verdade inspirou o 4 a 3 do futebol da TV. Entre o futebol dos R$ 20 ou dos € 200, fico com a arquibancada, com o vento na cara e a garoa molhando o meu cabelo. Fico com o meu 4 a 3, o 4 a 3 que só valia a despedida, mas que no meu mundo, é o resultado mais importante do fim de semana.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Tabacow


Coisas do Canindé

Durante o primeiro tempo do jogo entre Portuguesa e Bragantino,  dois ambulantes, que estavam do meu lado discutiam a logística do Canindé e um deles disse:

- Tem muita gente trabalhando aqui, só dois de "nois" dá conta.

(Em tempos de crise, durante o primeiro tempo da partida, tinha três ambulantes para cada torcedor).

E o jogo só acaba quando termina... ainda não terminou e a Lusa vence por 1 a 0.

sábado, 8 de março de 2014

Lugar de mulher é na arquibancada

A vida inteira eu ouvi falar que lugar de mulher é na cozinha. Mentira, claro! Lugar de mulher é na arquibancada. 

Nunca gostei de cozinha, embora goste de cozinhar, sempre preferi o almoço rápido do domingo para ir ao Canindé ver a Portuguesa, do que preparar aquele almoço sem hora para acabar. 

Sempre me envolvi em rodas de discussões sobre o campeonato atual do que em conversas sobre a novela do momento ou os vestidos do último Oscar.

Aprendi que lugar de mulher é na arquibancada gritando, torcendo, tentando entender um impedimento e alegrando o estádio.

Nós, mulheres, estamos em um estágio superior aos dos homens quando estamos em uma arquibancada. Quando soltamos um palavrão para o juiz, adversário ou até para aquele jogador perna de pau, nossos palavrões são suaves e doces. Só nós mulheres conseguimos ser delicadas mandando o juiz tomar no cu. 

Nós, mulheres, temos a sensibilidade sofrer com uma falta, com um chutão na canela ou até de ficar com “peninha” do adversário. Choramos de alegria com uma vitória, choramos de decepção com a derrota e também temos vontade de socar o juiz quando ele não dá pênalti para a nossa equipe. Mas a vontade passa assim que o jogo termina. 

Também temos a sensibilidade de pressionar o time no momento certo, gritar o nome do atacante, reparar no penteado do goleiro e perder o gol porque estávamos conversando sobre um assunto alheio. 

Às vezes, não vemos o gol do nosso time, mas não perdemos o bom humor. Se as mulheres dominassem a arquibancada não teríamos brigas de torcidas e a arquibancada seria um ambiente ainda mais familiar. 

É preciso lembrar que o futebol é um ambiente extremamente machista, ainda sofremos discriminação dentro do Estádio, somos agredidas verbalmente, não pensam em uma estrutura para as mulheres nos estádios (vejam os banheiros femininos dos Estádios do Brasil, quantos são adequados para as mulheres?) e sofremos com as poucas opções de camisas femininas de futebol. 

Mas para tudo damos um jeito. Só não damos um jeito para o gol contra e para a derrota. De resto, tiramos de letra e comemoramos de forma única cada gol do nosso time, afinal... lugar de mulher é na arquibancada. 

Feliz dia da Mulher! 

quinta-feira, 6 de março de 2014

Tinha um Prass no meio do caminho

Jogamos bem contra o melhor time do Campeonato. Jogamos de igual para igual, o que mostra que o Argel conseguiu montar uma boa equipe.

Perdemos. 1 a 0 para o Palmeiras. O adversário não foi superior a Portuguesa, o adversário tinha o Fernando Prass que salvou o time.

A Lusa teve boas oportunidades para marcar, mas o Prass e a trave impediram os gols da rubro-verde.

Agora é manter o bom rendimento, da fase Argel, para não cair no Paulista e focar na Copa do Brasil. O primeiro jogo será daqui um mês, dia 4 de abril, contra o Potiguar de Mossoró, em Mossoró.

E enquanto isso.... Aguardamos a diretoria da Portuguesa entrar na Justiça Comum para decidir nosso futuro no Campeonato Brasileiro.