segunda-feira, 14 de julho de 2014

A minha Copa das Copas

É muita pretensão falar que fui a pessoa que mais aproveitou a Copa do Mundo no Brasil.  Mas aproveitei a Copa “pra caralho”, me diverti muito e curti todos os momentos possíveis que a Copa pode me proporcionar.

Não abracei a Copa logo de início e demorei meses para cair na real que a Copa estava batendo na minha porta. Quando dei conta que a Copa estava no meu quintal, restavam poucos ingressos e comprei para Portugal e Gana, em Brasília.

Meses depois, quis o destino que eu estivesse morando em Brasília. E foi na Capital Federal que eu vivi um dos momentos mais legais da minha vida futebolística.

Já havia sonhado em ir para uma Copa outras vezes, meu maior sonho foi a Copa de 98, que não fui, claro. Mas também foi, em 98, que tive minha maior decepção em relação a Seleção Brasileira. Acabei virando a cara para o Brasil em 2002, já em 2006, comecei a olhar a Canarinho com um pouco mais de carinho, em 2010 a amarelinha conquistou um pouco mais de simpatia e 2014 fiz as pazes por completo com a Seleção Brasileira. O fator "Copa em casa" favoreceu um pouco, porque é claro que odeio a CBF e quero que o Marin e toda sua corja se danem. Mas estou falando de Seleção, de pátria, de Brasil e consegui separar minha torcida pelo Brasil e meu ódio pela CBF. (Sim, isso é possível!) Vesti a camisa por completo. Chorei, me emocionei, morri de nervoso e também de raiva.

Mais que vestir a camisa do Brasil, pude vivenciar a experiência de uma Copa do Mundo no quintal de casa. Jamais imaginei que um dia eu iria ver de perto tantos craques jogando na esquina de casa. Tenho a consciência que dificilmente vou viver outra experiência assim.

Meu primeiro jogo da Copa foi Equador e Suíça. Ganhei o ingresso da minha amiga e fui lá torcer pelos irmãos sulecos. Eles perderam, mas eu vi uma festa linda pré jogo com os equatorianos e pós jogo com os suíços.

Em seguida, presenciei a invasão colombiana em Brasília. Por onde andava tinha colombianos com suas camisas amarelas ou vermelhas e a esperança de ver a melhor Colômbia de todos os tempos. Tiveram um dos melhores jogadores da Copas, o James Rodrigues, uma pena que eles deram de cara com o Brasil.

Brasília também recebeu a Seleção Brasileira, e eu passei madrugadas em claro tentando comprar um ingresso. Não consegui. Mas fui para a porta do Monumental e lindíssimo Mané Garrincha interagir com o público. Ouvi o hino do lado de fora e bateu o aperto no coração, queria estar lá dentro, torcendo de verdade,  diferente daquele “sou brasileiro com muito orgulho...” eu queria estar lá incentivando o Brasil. Mas ali do lado externo do estádio foi impossível não se arrepiar durante o hino nacional.

Mas nada foi mais legal do que acompanhar a Seleção de Portugal contra Gana. Rever os amigos, gritar Lusa e transformar um pequeno espaço do Mané Garrincha em uma arquibancada rubro-verde.  Este foi o momento mais legal da Copa!

Poder reencontrar os amigos e colegas do Canindé em uma Copa do Mundo é muito divertido. Me senti em casa, mas não torcendo para os atacantes lusitanos e sim para o Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo, mesmo decepcionando, ele ainda é o melhor.

Gritar Lusa e cantar o hino da Portuguesa minutos antes de uma partida da Copa do Mundo é a coisa mais legal do mundo. Neste dia vivi momentos inesquecíveis na minha vida. Nossa festa foi tão linda que fomos para nas páginas do Correio Braziliense.

Em seguida, mais madrugadas sem dormir tentando ingresso para França e Nigéria. E consegui. O jogo não foi dos mais legais, mas foi uma grande partida. O clima da arquibancada em uma Copa não é o mais legal do mundo, mas é diferente e isso explica a magia de uma Copa do Mundo.

Ainda prefiro sentar na arquibancada de concreto do Canindé do que em uma arena moderninha. Mas não nego que estar em uma Copa é muito, mas muito legal também.

Com França e Nigéria eu fechei meu ciclo dentro do Estádio, mas continuei minha saga por ingressos. Não consegui, mas o azar foi meu que cheguei tarde demais para a Copa.

Foi a Copa das Copas. Tudo deu certo, o Brasil e os brasileiros receberam muito bem os turistas, fizemos bonito em quase todos os quesitos. Menos dentro de campo.

Até o 7 a 1 foi divertido porque rendeu boas piadas e uma crítica enorme a Seleção Brasileira que precisa se reciclar e começar do zero para voltar a ser a melhor do mundo.

E a Copa acabou da melhor maneira possível e muito melhor do que imaginava. Venceu a melhor e mais simpática seleção, a queridíssima Alemanha.

Valeu a farra, a zoeira, a festa, os amigos que fiz e todo o legado que vai ficar na minha vida.

Valeu fazer os gringos tirarem fotos com a bandeira da Lusa e minhas tentativas de trocar camisas da Portuguesa por camisas das seleções.

Obrigada Copa por esse momento mágico. Obrigada Brasil. Fizemos bonito! Fizemos história!

E terça-feira começa a série B e uma fase nova (e dolorosa) na minha vida. Eu não sei como vai ser acompanhar a Lusa de longe, mas só de imaginar dá a maior dor no coração.

E bola pra frente...