terça-feira, 18 de novembro de 2014

Noites de terça-feira

No alto da estante, comigo em todas as horas. 
As noites de terça-feira me fazem chorar. Tem sido assim desde que mudei para Brasília.

Todas as terças-feiras, em que a Portuguesa joga, sigo o mesmo ritual: Visto a camisa, coração dispara e corro para ver a Lusa em campo.

Foram poucas vitórias, exatamente duas, contra o Vila Nova, por 2 a 1, no Serra Dourada e recentemente, já rebaixada, contra o Luverdense, alguns empates e muitas derrotas.

Derrotas que doeram pela distância. Derrotas que me fizeram sofrer pela incapacidade de poder salvar a Portuguesa do abismo da Série C.

Aqui do Cerrado, vivi cada jogo como se estivesse gritando no alambrado do Canindé.

Desde que mudei, no fim de maio de 2014, estive duas vezes no meu estádio querido. Um empate, em 1 a 1, contra o Ceará e uma derrota, por 2 a 1, contra o Icasa. Ali, tive a certeza que não foi a minha distância que deu azar para a Lusa. E seria muita pretensão achar que eu dou sorte para a Portuguesa.

Mas ali, na arquibancada, de frente para o gramado, vi o funeral de perto. Vi uma triste torcida, com alguns sobreviventes da tragédia da Série C tentando entender o que aconteceu com a gloriosa Portuguesa. Vi corações feridos. Vi o sentimento de revolta.

Ali, de frente para o gramado, vendo tanto sofrimento, lembrei de como eu fui feliz naquela arquibancada. Lembrei das comemorações, dos gols em cima dos “times grandes”, da felicidade de uma simples vitória e de como o Canindé me encanta. A minha casa.

Quantas vezes eu comemorei o título da Série B de 2011? Umas cinco, que eu me lembre, porque as demais comemorações eu estava bêbada. E não só embriagada pelas caipirinhas, mas pela felicidade que transbordava em meu coração.

Agora, mesmo rebaixada para a Série C, vivendo o pior momento da história do clube, eu continuo em frente a TV acompanhando todos os segundos desse sofrido Campeonato. Hoje, mais uma derrota, e desta vez, perdemos de 2 a 0 para o Avaí.

E será assim até a última rodada, última derrota, última lágrima...

O vinho, que me acompanha nessas noites de escuridão e rodadas lusitanas, acaba antes que as glórias da Portuguesa.

E podem gritar “ão, ão, ão, terceira divisão”. Dói, dói muito. Uma tortura para o torcedor apaixonado que ainda não desistiu da Portuguesa.

Mas sei que independente da divisão, estarei junto com a Kombi lotada, na frente da TV, na internet, no boteco ou na arquibancada com os torcedores sobreviventes, pronta para gritar gol e comemorar mais uma vitória.

Pode demorar, mas um grande amor a gente não abandona, nem mesmo quando este amor só nos decepciona.

Eu não vou abandonar você, meu amor, minha Portuguesa.

Sem rumo


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Prazer, Série C!

28 de outubro de 2014. A data acaba de entrar para a história da Portuguesa. Pela primeira vez o time foi rebaixado para a Série C.

Eu sabia que iria chegar a qualquer momento, mas como uma torcedora apaixonada, tinha a esperança que ela iria sair do fundo do poço e que ela ainda iria me dar um pouquinho de alegria.

Era o último suspiro da Lusa na Série B, peguei minha camiseta, separei o vinho e o tremoço e fui para frente da TV acompanhar os últimos 90 minutos do meu time na Série B. Como em todas as rodadas deste campeonato, o time apático e sem nenhuma habilidade, sequer chutou ao gol.

Eu, em frente a TV, muda, sem forças para xingar, sem forças para chorar. A Portuguesa tem a pior equipe da história e os piores dirigentes. Como disse o Paulo Batista nas redes sociais: "Série C com 5 rodadas de antecedência é trabalho de grupo. A Lusa precisou 63 jogadores, 6 técnicos, 1 hipnólogo e vários merdas dirigindo."

O dia chegou. A dor é imensa.

E a Lusa acaba assim: Sem força para lutar e eu acabo sem palavras e com o choro engasgado na garganta.

Sem palavras



terça-feira, 14 de outubro de 2014

Segunda chance


Dia 25 de outubro, sábado, eu (Michelle) e o Paulo Batista, estaremos no Museu da Portuguesa para apresentarmos o livro do Boteco da Lusa.

Será uma boa oportunidade para conhecer o Museu, a história da Lusa, reunir os amigos e relembrar os bons e gloriosos momentos da Portuguesa.

Não podemos deixar o desânimos nos abater, apesar do caos que está nosso time, temos boas recordações e precisamos manter nosso orgulho de ser Portuguesa.

Será um dia agradável e ótimo para relembrar as histórias da Portuguesa e quem ainda não comprou, comprar o livro do Boteco.

Estaremos lá, a partir das 11h. O livro custa R$ 30.

Esperamos vocês, inclusive aqueles que já tem o livro do Boteco.
Até lá!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mais hipnose


Livro do Boteco pelos Correios

Os leitores que não estão em São Paulo ou não puderam comprar ainda o livro do Boteco da Lusa não vão ficar sem. Você pode pedir pelo e-mail livros.pbeditorial@gmail.com ou contato@botecodalusa.com. Informe o endereço para o envio e a quantidade. O livro custa R$ 30,00 mais os custos de envio. Entraremos em contato para mais informações. Por enquanto o pagamento poderá ser feito por depósito ou transferência em conta corrente. Outras possibilidades, como o pagamento através do Paypal,  estarão disponíveis em breve.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Atenção!


Atenção! Atenção!

Nesta terça feira, 07/10, a Portuguesa joga no Canindé contra o Vasco às 21h50. Antes, a partir das 20h, e até pouco antes do jogo, o Paulo Batista estará  com exemplares do Livro do  Boteco da Lusa no "Tio do dog", próximo à portaria principal do clube e à sede dos Leões. Algumas pessoas já encomendaram, é só passar lá e retirar.  O livro custa R$30,00 e nesse dia só será possível o pagamento em dinheiro. Quem quiser pode me procurar procurar o Paulo Batista lá no "tio do dog".


sábado, 4 de outubro de 2014

Uma noite no Boteco

Foi uma noite tipicamente paulistana, frio, chuva, garoa e trânsito. E apesar de todos os problemas da capital paulista, conseguimos reunir um grande número de amigos no Bar São Cristóvão. 

O projeto do livro surgiu há muito tempo atrás, mais de um ano. E conseguimos finalizar esse "sonho" agora. Alguns questionaram: É o momento certo para fazer lançar o livro?

E a resposta veio exatamente nesta quinta-feira. É o momento ideal. É o momento de resgatarmos nosso valores, o orgulho de sermos Lusa e mostramos que nós existimos. E acho, que conseguimos resgatar esses valores ali, naquela noite fria paulistana. 

Foi um prazer compartilhar essa felicidade. Gostaríamos de agradecer a presença de todos. Vcs foram fundamentais para o sucesso do evento. 

Um abraço em especial para a Isabel, Menon, Flavio, Elcio, Vanessa e ao Bar São Cristóvão. 

Copio aqui um texto, publicado pelo Paulo Batista, no Facebook: "Foi muito legal encontrar os torcedores no lançamento do livro do Boteco da Lusa. A torcida anda carente, e não é exatamente carente de títulos ou vitórias. É carente de bom astral, de encontros, de identificação. Uma coisa eu tenho certeza, agora mais ainda: a Portuguesa não vai acabar. E bem que podiam devolver a Lusa à sua torcida..."

E segue algumas fotos do evento: 







segunda-feira, 29 de setembro de 2014

E nasce o Boteco da Lusa - O livro que veio do blog

Livro reúne uma seleção de crônicas e cartuns sobre a Portuguesa

BOTECO DA LUSA – O LIVRO QUE VEIO DO BLOG apresenta 22 histórias e 25 cartuns sobre os melhores e piores momentos da história recente do time rubro-verde.

Há quase sete anos que aquele papo descontraído de boteco, pré e pós as rodadas dos campeonatos mais importantes do mundo para a Portuguesa, foi parar no blog Boteco da Lusa. E de lá pra cá, e os autores registraram em textos e desenhos um turbilhão de emoção das longas e sofridas partidas da equipe rubro-verde.

Vitórias, empates e algumas decepções. Lágrimas de pequenas e grandes vitórias, choro de algumas derrotas e a emoção de um empate no fim da partida. Algo único que só o torcedor lusitano consegue sentir.  Um misto de orgulho com paixão.

O que era para ser um blog para os amigos de boteco virou um ponto de encontro da torcida lusitana, e agora, do blog, vai para as páginas de papel. Acaba de nascer o Boteco da Lusa - o livro que veio do blog, reunindo as mais divertidas e dramáticas crônicas e cartuns publicadas neste quase sete anos de arquibancada, bar e estrada do Boteco da Lusa.

O lançamento do BOTECO DA LUSA – O LIVRO QUE VEIO DO BLOG será no dia 02 de outubro, às 19h, no bar São Cristóvão, Rua Aspicuelta, 533, Vila Madalena. O torcedor lusitano ou o colega do time adversário que comprar o livro, no dia do lançamento, vai concorrer a uma camisa oficial da Portuguesa.

Autores
Michelle Abilio
Contadora de história, jornalista e nas horas vagas corneteira. Cresceu, acompanhada do vô, pai e irmãos, na arquibancada do Canindé. Aprendeu a xingar o juiz antes de falar “bom dia”. Apaixonada por tremoço, bacalhau , caipirinha e sol. Sonha em ter um boteco e ver a Portuguesa brilhando nos grandes estádios de arquibancada de concreto do mundo.

Paulo Batista
Cartunista, ilustrador, editor e torcedor da Portuguesa. Desenha desde criancinha e frequenta o Canindé desde que o estádio foi inventado.  Também publica histórias em quadrinhos no blog Ô-criatura (www.blog-o-criatura.blogspot.com).


Título: Boteco da Lusa – O Livro que veio do blog
Autores: Michelle Abilio e Paulo Batista
Gênero: Crônicas e cartuns
Páginas: 96
Formato: 14 X 14 cm
ISBN: 978-85-68186-00-8
Editora: PB Editora
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Lançamento: 02/10 - 19h
Endereço: Bar São Cristovão - Rua Aspicuelta, 533, Vila Madalena, São Paulo    
Boteco da Lusa - www.botecodalusa.com
Emails: contato@botecodalusa.com; michelleast@gmail.com; artepbatista@gmail.com

Amigos, apareçam!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Esperando pelo gol

Mais um empate da Lusa. Mais um empate chatíssimo da Portuguesa. O que esperar para os próximos dias? Para as próximas rodadas? A Série C é uma realidade? O que será da Portuguesa na Série C? Caminhamos para um fim? Ou podemos pensar em um renascimento? O que será da gente o ano que vem? O que será dos meus dias com a Lusa na Série C?

A vida do torcedor da Lusa nunca foi confortável. Vivemos muito longe da zona de conforto e quando estamos no paraíso desconfiamos que alguma coisa de errado está acontecendo. E assim segue os nossos dias, semanas, meses e anos vestindo a camisa da Lusa. E independente do resultado, estamos lá na arquibancada, ou com o radinho no ouvido, ou ligado na internet esperançosos por um gol da Portuguesa.

Confiança é nosso lema, mesmo nas fases mais difíceis. E talvez, este é o momento mais difícil da vida do torcedor lusitano. E mesmo neste inferno de mais um rebaixamento, o pior da história, vestimos a camisa.

A única certeza que temos é que não iremos abandonar a Portuguesa. Aqui na Série B, ali na Série A ou na Séria C, a camisa e o radinho sempre estarão em mãos aguardando pelo próximo grito de gol.

E aguardamos para comemorar mais um gol da Lusa.


E nunca é demais lembrar do lançamento do Boteco da Lusa - O Livro que veio do blog, um gol da torcida da Portuguesa. 


Data:02/10
Endereço: Bar São Cristovão Bar - Rua Aspicuelta, 533, Vila Madalena, São Paulo

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Mundinho rubro-verde

Crédito: Léo Pinheiro 
Enquanto o mundo prestava atenção no Centenário do Palmeiras, no debate dos presidenciáveis ou na novela da Globo, eu estava ali, no meu mundinho, sofrendo com Portuguesa e Vila Nova.

E no meu mundinho, o jogo entre Portuguesa e Vila Nova era a coisa mais importante da semana.

A vitória tiraria a Lusa da lanterna e deixaria os torcedores da Portuguesa menos aflitos. A derrota seria o suicídio para a Série C.

E no meu mundinho particular acompanhei lance a lance, aflita e desesperada, todos os minutos do jogo. Minha vontade era de entrar em campo e marcar para a Portuguesa. Ou de gritar no ouvido de cada jogador: Vamos jogar, porra! Precisamos vencer!

Já desanimada e acreditando que o “clássico dos lanternas” terminaria em 0 a 0, fui buscar uma cerveja. E dali, do outro lado, ouvi o grito de gol. Corri. Era da Lusa. Era o gol que podia tirar a equipe da lanterna.

Aquele momento o jogo poderia acabar, mas só estava no início do segundo tempo.  A partida durou uma eternidade, tão longo quanto uma disputa de tênis entre Nadal e Djokovic. Talvez até mais chato, e aos 33 minutos o Vila Nova conseguiu empatar com a Portuguesa.

O pesadelo da lanterna voltou a reinar no Canindé e no meu mundinho, mas quando não tinha mais esperança, e já apagava a luz para sair de cena, Gabriel Xavier, o autor, craque, artilheiro, lindo, e melhor jogador do mundo, foi lá e marcou o segundo para a Portuguesa.

Apito final.  E a vitória mais importante do mundo aconteceu, e até a próxima terça-feira,  teremos um pinguinho de esperança em permanecer na Série B, mesmo continuando na zona de rebaixamento. Mas uma vitória anima a torcida. Sonhei até com a Libertadores.

Fim do primeiro turno, mas não o fim do sofrimento. Que venha o segundo turno e o desespero.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Bonitinha, mas ordinária

Era um domingo de Série A, dia de jogo da Portuguesa.  A equipe rubro-verde iria enfrentar a Ponte Preta, em Campinas, pela 37ª rodada do Brasileiro.

O time de Campinas já respirava a Série B. A Portuguesa precisava vencer para permanecer, com uma rodada de antecedência do fim do torneio, na Série A.

A Portuguesa entrou em campo naquela linda tarde de domingo e venceu a Ponte Preta por 2 a 0.

Comemorei aquela vitória como se fosse um título.

Por todas as dificuldades que a Lusa passou em 2013, com elenco fraco, falta de grana e ano de eleição, arbitragem contra e mais um milhão de problemas que fazem parte da história rubro verde,  permanecer na Série A, foi um milagre. E  foi justa a minha comemoração. Foi comemoração da sobrevivência.

Na semana seguinte: Mais um domingo de sol e de Série A. No Canindé, a Lusa entrou em campo contra o Grêmio para cumprir tabela. O jogo passaria batido e nem deveria ser lembrado. Foi um típico jogo da equipe rubro-verde, horrível. A Lusa empatou em 0 a 0. Naquele dia, todas as atenções estavam voltadas para Atlético-PR 5 x 1 Vasco e terrível briga no estádio em Joinville.

E assim terminou o domingo e o Campeonato Brasileiro de 2013. Vasco, Ponte, Náutico e Fluminense dormiram na Série B.

Dias depois, se não me engano, 24 horas depois, a notícias sobre o jogo sonolento, contra o Grêmio, que nem deveria ser lembrado, se espalhava pelas redes sociais, na minha vida e tirou meu sono. Virou um pesadelo.

E para não ser repetitiva, todo mundo sabe o que aconteceu e eu não vou lamentar mais uma vez.

De dezembro pra cá, a Portuguesa foi a vítima, a vilã, a dona da história. Hoje, eu resumo toda a história lusitana como: Bonitinha, mas ordinária.

A Portuguesa é vítima da própria Portuguesa. E hoje, sem medo de errar e com dor no coração, sei que ela é a maior responsável pela situação que vive.

Não tem dinheiro, não tem equipe, não tem direção e não tem dignidade. A Portuguesa perdeu pela desorganização dela, pela ganância dos dirigentes, a Portuguesa se vendeu para o sistema.

Dificilmente a Lusa vai ter forças para reagir de uma situação tão negativa. E pense bem: Ela quer sair desta situação? Parece que não.

 Não existe perspectiva dentro do clube e boa parte da torcida cansou.

O grande erro da Portuguesa foi abrir mão do que ela tinha de mais valor: a dignidade.

Grandes clubes já caíram para a Série C e deram a volta por cima.  Eu gostaria muito de ver a Lusa ressurgindo das cinzas, mas quanto mais eu fico sabendo das coisas da Portuguesa, a única perspectiva é de queda livre e sem volta. Não sou pessimista, sou realista. Mas falta brio para a Lusa dar a volta por cima. E por vir os melhores técnicos e jogadores do mundo que o problema não será resolvido.

Sonho com mais tardes de domingo e Série A, mas toda noite, acordo com o pesadelo da Série C. A “bonitinha, mas ordinária” está colhendo o que plantou durante os últimos anos.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A minha Copa das Copas

É muita pretensão falar que fui a pessoa que mais aproveitou a Copa do Mundo no Brasil.  Mas aproveitei a Copa “pra caralho”, me diverti muito e curti todos os momentos possíveis que a Copa pode me proporcionar.

Não abracei a Copa logo de início e demorei meses para cair na real que a Copa estava batendo na minha porta. Quando dei conta que a Copa estava no meu quintal, restavam poucos ingressos e comprei para Portugal e Gana, em Brasília.

Meses depois, quis o destino que eu estivesse morando em Brasília. E foi na Capital Federal que eu vivi um dos momentos mais legais da minha vida futebolística.

Já havia sonhado em ir para uma Copa outras vezes, meu maior sonho foi a Copa de 98, que não fui, claro. Mas também foi, em 98, que tive minha maior decepção em relação a Seleção Brasileira. Acabei virando a cara para o Brasil em 2002, já em 2006, comecei a olhar a Canarinho com um pouco mais de carinho, em 2010 a amarelinha conquistou um pouco mais de simpatia e 2014 fiz as pazes por completo com a Seleção Brasileira. O fator "Copa em casa" favoreceu um pouco, porque é claro que odeio a CBF e quero que o Marin e toda sua corja se danem. Mas estou falando de Seleção, de pátria, de Brasil e consegui separar minha torcida pelo Brasil e meu ódio pela CBF. (Sim, isso é possível!) Vesti a camisa por completo. Chorei, me emocionei, morri de nervoso e também de raiva.

Mais que vestir a camisa do Brasil, pude vivenciar a experiência de uma Copa do Mundo no quintal de casa. Jamais imaginei que um dia eu iria ver de perto tantos craques jogando na esquina de casa. Tenho a consciência que dificilmente vou viver outra experiência assim.

Meu primeiro jogo da Copa foi Equador e Suíça. Ganhei o ingresso da minha amiga e fui lá torcer pelos irmãos sulecos. Eles perderam, mas eu vi uma festa linda pré jogo com os equatorianos e pós jogo com os suíços.

Em seguida, presenciei a invasão colombiana em Brasília. Por onde andava tinha colombianos com suas camisas amarelas ou vermelhas e a esperança de ver a melhor Colômbia de todos os tempos. Tiveram um dos melhores jogadores da Copas, o James Rodrigues, uma pena que eles deram de cara com o Brasil.

Brasília também recebeu a Seleção Brasileira, e eu passei madrugadas em claro tentando comprar um ingresso. Não consegui. Mas fui para a porta do Monumental e lindíssimo Mané Garrincha interagir com o público. Ouvi o hino do lado de fora e bateu o aperto no coração, queria estar lá dentro, torcendo de verdade,  diferente daquele “sou brasileiro com muito orgulho...” eu queria estar lá incentivando o Brasil. Mas ali do lado externo do estádio foi impossível não se arrepiar durante o hino nacional.

Mas nada foi mais legal do que acompanhar a Seleção de Portugal contra Gana. Rever os amigos, gritar Lusa e transformar um pequeno espaço do Mané Garrincha em uma arquibancada rubro-verde.  Este foi o momento mais legal da Copa!

Poder reencontrar os amigos e colegas do Canindé em uma Copa do Mundo é muito divertido. Me senti em casa, mas não torcendo para os atacantes lusitanos e sim para o Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo, mesmo decepcionando, ele ainda é o melhor.

Gritar Lusa e cantar o hino da Portuguesa minutos antes de uma partida da Copa do Mundo é a coisa mais legal do mundo. Neste dia vivi momentos inesquecíveis na minha vida. Nossa festa foi tão linda que fomos para nas páginas do Correio Braziliense.

Em seguida, mais madrugadas sem dormir tentando ingresso para França e Nigéria. E consegui. O jogo não foi dos mais legais, mas foi uma grande partida. O clima da arquibancada em uma Copa não é o mais legal do mundo, mas é diferente e isso explica a magia de uma Copa do Mundo.

Ainda prefiro sentar na arquibancada de concreto do Canindé do que em uma arena moderninha. Mas não nego que estar em uma Copa é muito, mas muito legal também.

Com França e Nigéria eu fechei meu ciclo dentro do Estádio, mas continuei minha saga por ingressos. Não consegui, mas o azar foi meu que cheguei tarde demais para a Copa.

Foi a Copa das Copas. Tudo deu certo, o Brasil e os brasileiros receberam muito bem os turistas, fizemos bonito em quase todos os quesitos. Menos dentro de campo.

Até o 7 a 1 foi divertido porque rendeu boas piadas e uma crítica enorme a Seleção Brasileira que precisa se reciclar e começar do zero para voltar a ser a melhor do mundo.

E a Copa acabou da melhor maneira possível e muito melhor do que imaginava. Venceu a melhor e mais simpática seleção, a queridíssima Alemanha.

Valeu a farra, a zoeira, a festa, os amigos que fiz e todo o legado que vai ficar na minha vida.

Valeu fazer os gringos tirarem fotos com a bandeira da Lusa e minhas tentativas de trocar camisas da Portuguesa por camisas das seleções.

Obrigada Copa por esse momento mágico. Obrigada Brasil. Fizemos bonito! Fizemos história!

E terça-feira começa a série B e uma fase nova (e dolorosa) na minha vida. Eu não sei como vai ser acompanhar a Lusa de longe, mas só de imaginar dá a maior dor no coração.

E bola pra frente...










quarta-feira, 21 de maio de 2014

Manifesto Luso

Por Elcio Mendonça 

Após cinco meses, está claro que a atual gestão não tem a menor condição de administrar um clube do tamanho e importância da nossa Associação Portuguesa de Desportos.

Não há um plano de gestão, tampouco pessoas capazes de recolocar este time nos trilhos. Por mais que a Lusa tenha sofrido nas mãos dos últimos presidentes, a atual diretoria parece ter adotado a cultura do coitadismo, aonde os erros do passado servem como justificativa para os equívocos do presente.

Nesse cenário, o presidente Ilídio Lico mostra-se incapaz de ocupar tal cargo, uma vez que a omissão parece ser a sua palavra de ordem. Além disso, trata-se de um homem facilmente influenciado pelas pessoas que estão à sua volta.

É extremamente necessário que os dirigentes que comandam a Lusa mostrem a sua paixão pela equipe do Canindé, se é que de fato ela existe, e deixem de lado a vaidade e a cobiça.

Sendo assim, faz-se necessário um conjunto de mudanças. É extremamente importante que a Lusa apele à democracia, assim como à força do seu torcedor, para voltar a ser grande. Continuar nas mãos de poucas famílias apenas contribuirá para o processo de apequenamento que ocorre atualmente.

Segue abaixo plano emergencial para o resgate da Portuguesa:

 - Renúncia imediata do presidente Ilídio Lico

 - Renúncia imediata de toda a diretoria executiva

 - Nomeação, através da Assembleia Geral de Sócios, de uma junta administrativa tecnocrata, formada por seis pessoas, que se tornarão, respectivamente, responsáveis pelos departamentos jurídico, financeiro, administrativo, marketing, comunicação e esportes amadores

 - Contratação de um diretor executivo para o departamento de futebol profissional, que será responsável pela remontagem da equipe principal, tendo que prestar contas à junta administrativa - Contratação de um gerente para as categorias de base

 - Alteração no Estatuto Social para que a votação para presidente executivo aconteça através de eleição direta, com todo associado em dia e com pelo menos dois anos como sócio ativo podendo votar

 - Alteração no Estatuto Social permitindo o voto do Sócio Torcedor que esteja em dia e tenha, pelo menos, dois anos como ativo no programa, na eleição presidencial de 2016

 - Eleição direta para presidente e vice presidente da diretoria executiva em 120 dias

 - Fim do Conselho Deliberativo e do COF, ficando a Assembleia Geral de Sócios como poder responsável pela fiscalização da diretoria executiva, assim como pelo Estatuto Social

 - Contratação de empresa independente para auditoria fiscal e aprovação do balanço anual

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Valeu, Jair!

A dica é do Álvaro, torcedor da Portuguesa, e do Impedimento: Neste vídeo, no fim da década de 70, Jair Rodrigues homenageia os jogadores de futebol.


Que belas imagens da Portuguesa! Valeu, Jair!


Abduziram a Lusa (só pode ser)


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Vai ter Série B!

IMG_1337Quarta-feira, tarde longa, parecia que não ia ter fim, assim como o julgamento da Portuguesa no STJD, estava no trânsito, a Brigadeiro Luis Antônio toda parada sentido Avenida Paulista. Acabava de deixar o Ginásio do Ibirapuera, local da retirada do ingresso para os jogos da Copa do Mundo.

Eu ali no ônibus lotado, trânsito parado e internet lenta, não conseguia acompanhar direito o julgamento sem fim da Lusa.Via os comentários no Twitter e olhava para o ingresso e me questionava: Será que vale a pena este ingresso? Vão acabar com a Portuguesa!

A Copa do Mundo é a competição mais importante do futebol rico, moderno e poderoso, do qual eu não faço parte. Já gostei mais do evento, a minha Copa inesquecível foi a de 94, pelo motivo que foi minha "primeira" Copa. Meu sonho de consumo era assistir um jogo da Copa. De presente de 15 anos eu pedi passagens e um ingresso para a Copa da França. Não ganhei, claro!

Mas esse era o momento, a Copa do Mundo estava batendo na minha porta e ignorei todas as fases de ingressos, mas no último minuto do segundo tempo fui lá e comprei um ingresso. Eu, enfim, vou assistir um jogo da Copa, como sonhei há 15 anos. Não vou ver o Brasil, nem fiz questão, mas também não quer dizer que vou torcer contra o Brasil. Eu gosto demais desse clima de Copa do Mundo. Chamar os amigos para ver os jogos, fazer churrasco, tomar cervejas, todos juntos vamos pra frente Brasil, salve a Seleção!

Ingresso na mão, trânsito lento e a Portuguesa sendo humilhada no STJD. Sim, humilhada. Humilhada pelo STJD, por advogados, procuradores e até mesmo pela própria Portuguesa.

A Portuguesa perdeu para ela. Perdeu o respeito quando aceitou calada a Série B. Perdeu o respeito quando não fez uma investigação interna e não puniu os envolvidos, perdeu o respeito quando não respeitou a torcida, perdeu o respeito sendo amadora, perdeu o respeito quando não se deu ao respeito.

E mais uma vez, perdemos nosso tempo assistindo um julgamento com cartas marcadas. A Lusa foi “apenas” punida com a perda dos pontos, multa e o afastamento, por um período, do técnico e o presidente.

E com todo esse imbrólio que envolve a Portuguesa desde dezembro, acho que colocamos um ponto final na Série A e vamos disputar a Série B.

Eu, frequentadora de arquibancada, pouco me importaria com a divisão, desde ela fosse justa e dentro de campo, mas se assim foi decidido, assinado e firmado fora de campo. É minha vez, muito a contra gosto, de abaixar a cabeça e aceitar a Série B. Não me conformo com a B , mas também não aguento mais decisões, liminares, ações etc.

Quero gritar gol, pegar chuva na arquibancada, sentir o vento frio batendo no meu rosto em dia de jogos às 22h, reclamar que a emissora não vai transmitir o jogo da Lusa, xingar o jogador ruim, gritar com o juiz ladrão, entrar na fila do ingresso, acordar mais cedo no sábado porque sei que às 16h tem jogo e o almoço precisa ser mais cedo... Eu quero ver a Lusa em campo sem me preocupar com as safadezas fora dele.

O rebaixamento extra-campo foi a minha maior decepção no futebol. O tapa na cara que recebi do STJD vai deixar cicatrizes, mas eu não vou abandonar a Portuguesa, mesmo porque, eu conheço muito bem o time do Canindé.

Que toda essa história sirva de lição e que a Portuguesa seja mais responsável nos próximos atos. Porque ela é a principal responsável por tudo que vem acontecendo desde dezembro, mas o maior prejudicado até agora é o torcedor.

A Lusa tem pela frente mais cinco jogos antes da Copa e depois é parar e reorganizar o time e brigar por uma vaga na Série A. Durante a pausa, vamos brincar de Copa do Mundo, e contar os dias para ver a Lusa em campo e um campeonato de verdade. Porque a Copa é só uma ilusão passageira, a Série B, infelizmente, é a nossa realidade.

Vai ter Copa e Série B!

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Não Vai Ter Brasileirão

Folha de S.Paulo, coluna da Mônica Bergamo

ME CHAMA
O Ministério Público de SP pediu a anulação de acórdão do Tribunal de Justiça que manteve o rebaixamento da Portuguesa no Campeonato Brasileiro. Diz que não foi intimado para a sessão de julgamento do recurso que havia apresentado contra a decisão da primeira instância. O Código de Processo Civil determina a intimação.

ME CHAMA 2
O procurador Edgard Moreira da Silva, da área de Interesses Difusos e Coletivos, afirma que houve "ofensa ao devido processo legal" e "à legislação federal".

quinta-feira, 10 de abril de 2014

100 dias da nova administração

Foto: Julia Prandina
Um dia após a eliminação da Copa do Brasil, a “nova administração” da Portuguesa completa 100 dias no poder.

Para quer ficar na Série A, se vamos cair?

Ouvi diversas vezes essa pergunta durante o jogo contra o Potiguar de Mossoró.  A equipe da Lusa venceu por 2 a 1, mas jogou mal e foi eliminada pelo time do Rio Grande do Norte.

Durante a semana passada, o presidente Ilídio Lico, gravou um vídeo pedindo a presença dos torcedores no estádio e diminuiu o preço do ingresso.

Muitos imaginaram o fracasso da equipe e apenas 1300 torcedores assistiram a eliminação da Portuguesa.

A torcida não acreditou na capacidade da virada da Lusa. O time, que começou perdendo por um a zero, virou o placar, mas não conseguiu fazer os dois gols de diferença, necessários para a classificação.

No fim da partida, torcedores, (ou podemos chamar de sobreviventes), cobraram a falta de empenho da equipe. Mas como cobrar empenho se, na realidade, os jogadores têm pouquíssima habilidade com a bola?

O atual presidente pegou uma bucha para administrar, mas ele sabia que iria pegar um clube cheio de pendências e com um departamento de futebol falido.  O Ilídio Lico aceitou o desafio e até agora não fez muita coisa para melhorar a situação. Aliás, as coisas só pioram.

Só entrou na Justiça Comum depois de um grande apelo da torcida e foi eliminado na primeira fase do Paulista e da Copa do Brasil.

O impasse Série A, Série B virou desculpa para todos os fracassos do clube e independente da série que a Portuguesa irá jogar, não tem equipe para disputar a Série A e nem para disputar uma vaga para a Série A, caso jogue a Série B.

Não existe planejamento no clube e vemos que esta administração é tão ruim quanto a anterior.

A Portuguesa, sem patrocinadores, e cheia de dívidas, tenta de todas as maneiras conseguir dinheiro. Fez a anistia para os sócios com pendências e agora anunciou a rifa de um carro Mercedes. As tentativas de chamar os torcedores para a arquibancada não deram certo, parece que ainda não aprenderam que torcedor quer um time “no mínimo” razoável para comparecer ao Estádio. Time ruim não chama torcida.

Mas o torcedor e a diretoria precisam ter a consciência que permanecer na Série A, vai muito além da questão dos gramados, é questão de dignidade. O time fraco não justifica jogar a toalha e disputar a Série B.

Podemos perder todos os jogos na Série A, mas é nosso direito é disputar a Série A.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Lusa na veia



Sábado é dia do torcedor da Portuguesa doar sangue. O Portal Lusa News está promovendo a campanha Lusa na Veia.

O Lusa na Veia tem o objetivo de promover a doação de sangue voluntária entre os torcedores da Lusa, três vezes ao ano. Para que isso ocorra, é necessário fidelizar os adeptos e conscientizá-los sobre a importância da doação de sangue.

A campanha Lusa na Veia é organizada pela ONG Sobre Vivência junto com o Portal Lusa News. A Sobre Vivência tem como objetivo resolver o problema de doação de sangue no Brasil, através de campanhas de doação e ações proativas de conscientização com adolescentes.

Requisitos básicos para doação de sangue
* Estar em boas condições de saúde.

* Ter entre 16 e 67 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos ( menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis – Contate o hemocentro que será realizada a doação para saber os documentos necessários ).

* Pesar no mínimo 50kg.

* Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas).

* Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).

* Apresentar documento original com foto emitido por orgão oficial (Carteira de Identidade, Carteira de Trabalho e Previdência Social ou Passaporte).

A primeira ação da campanha acontece neste sábado, dia 12 de abril, na Fundação Pró-Sangue.

Horário: das 8h às 18h

FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE – HOSPITAL DAS CLÍNICAS

Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 155 – 1º andar – São Paulo

Para mais informações, acesso o site do Lusa na Veia.

Siga o Lusa na Veia no Twitter: @lusanaveia

Ou acesso o Facebook da campanha: Lusa na Veia


quarta-feira, 2 de abril de 2014

A vez da torcida

IMG_1716Bem me quer, mal me quer, bem me quer... e a Portuguesa entrou na Justiça Comum. Muitos duvidavam, eu também duvidei, mas a Lusa resolveu enfrentar a CBF. Ponto para a Portuguesa que decidiu seguir o caminho da dignidade.

Não só entramos na Justiça através de uma ação na 43ª Vara Cível de São Paulo, mas o juiz já determinou que os quatros pontos da Portuguesa fossem devolvidos. Com a decisão, a Lusa vai jogar a Série A. É claro que haverá recurso e que esta história não acaba aqui.

É preciso lembrar que a diretoria da Portuguesa "respeitou" o desejo de grande parte da torcida. E agora a torcida tem a obrigação de apoiar o time.

Alguns dias atrás, muitos torcedores ameaçaram não pisar mais no Canindé se a Lusa não entrasse com uma ação na JC, hoje, esse torcedor, tem o dever comparecer no Canindé e honrar as cores da camisa da Lusa.

A Portuguesa, jogando a Série A, B, C ou D, vai passar por uma fase muito difícil. Não só com o elenco limitadíssimo, mas com mais represálias, perseguições etc

Na Série A, o time corre risco de cair.

Aí, você me diz: Mas para passar vergonha, por que entrou na Justiça Comum?

A Justiça Comum  é a nossa maior dignidade. Não entrar na Justiça Comum  seria nossa maior derrota. É o que muitos dizem: Se for para morrer,  que seja lutando.

Um elenco fraco jamais será uma justificativa para a não entrada na JC. A Lusa pode até perder todos os jogos dentro de campo, mas não pode perder a dignidade.

E se a Lusa deu um grande passo fora de campo, dentro, ela perdeu por 1 a 0 do Potiguar de Mossoró, pela Copa do Brasil.

Com esse resultado, a Lusa precisa vencer por dois gols de diferença em casa.

Sim, vai ter Copa (do Brasil),  no próximo dia 9, no Canindé. É fundamental a presença da torcida. Agora, mais do que nunca, é a Portuguesa contra tudo e todos. (Esqueça o elenco ruim, é a hora da torcida aparecer no Canindé).

P.S. Ainda sobre a Justiça Comum, vale a leitura do texto "A Lusa honra suas cores", do Juca Kfouri.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Campanha: Futebol Sem Racismo



O Boteco da Lusa vai entrar em campo junto com outros blogs na campanha Futebol Sem Racismo.

Sobre o Futebol Sem Racismo

A pátria em chuteiras, na expressão consagrada por Nelson Rodrigues, é uma das definições mais bem resolvidas de tudo o que o futebol representa para o brasileiro. Pés de todas as cores foram, são e serão calçados para fazer do país uma fonte de craques. O racismo não pode ter espaço nem dentro do gramado, nem nas arquibancadas. Muito menos na Copa do Mundo de 2014.

Manifestações recentes de intolerância contra jogadores, árbitros e torcedores negros são o ponto de partida desta campanha, movida por pessoas, torcedores, blogueiros, jornalistas, cidadãos... Gente que quer o espetáculo da bola entre jogadores, independentemente da cor da pele.

Primeiro, vamos jogar o racismo para escanteio. Depois, vamos tirar o tema da retranca e contra-atacar: construir ações para clubes, jogadores, torcedores, poder público... para cada um assumir sua posição no time do Futebol Sem Racismo.

Para saber mais sobre o Futebol Sem Racismo, entre em contato com os organizadores, através das Redes Sociais. Participe, compartilhe, colabore! 


domingo, 23 de março de 2014

O 4 a 3 mais importante do mundo

Enquanto o mundo se preparava para ver Real Madrid e Barcelona, Messi, Cristiano Ronaldo, Xavi Alonso, Casilas, Neymar etc. Eu seguia em direção ao Canindé para ver Portuguesa e Rio Claro.

O metrô de São Paulo não é muito diferente daquele de Madri, muda só a quantidade de linhas, lá tem muito mais que aqui. A Estação do Santiago Bernabéu fica na boca do Estádio.  Já aqui, a estação Portuguesa Tietê, fica uns dois quilômetros de distância do Canindé e o trajeto não é dos mais agradáveis.

Cheguei ao Canindé. O jogo era a despedida da Lusa, mas o Rio Claro ainda disputava uma vaga na próxima fase do Campeonato Paulista.

Aproximadamente 740 torcedores, sentados na arquibancada de cimento, tomaram garoa e passaram frio no Canindé para ver a última rodada do Paulistão (ou Paulistinha). E milhões de pessoas no mundo, sentadas no sofá, assistiam a um catadão do mundo entre Real Madrid e Barcelona.

O Rio Claro abriu o placar e minutos depois a Lusa reagiu com o gol do garoto Gabriel Xavier (que joga melhor que o Messi), em seguida, a Lusa virou a partida com Rondinelly (que bateu a falta melhor que o Cristiano Ronaldo).

Ainda no primeiro tempo, a Portuguesa abriu vantagem em cima do adversário e fez 3 a 1, com o gol do nosso Messi, Gabriel Xavier.  Lance duvidoso? Eu vi a bola entrando no gol. A bandeirinha deu o gol e comemoramos.

Já no segundo tempo, a Leandro, que joga melhor que qualquer atleta do Barça ou do Madrid, foi lá e marcou o quarto da equipe rubro-verde. O Rio Claro ainda se esforçou e marcou mais dois gols.

E o jogo mais importante do fim de semana terminou em 4 a 3. E assim a Lusa se despediu do Campeonato Paulista.

Vinte minutos depois, já no sofá de casa, eu consegui ver uma parte do segundo tempo do joguinho lá na Espanha. O placar, em Madri, terminou 4 a 3 para o Barcelona. Quem abriu o placar, quem fez os gols, se foi pênalti ou não, não me importo.

O 4 a 3 do futebol de verdade inspirou o 4 a 3 do futebol da TV. Entre o futebol dos R$ 20 ou dos € 200, fico com a arquibancada, com o vento na cara e a garoa molhando o meu cabelo. Fico com o meu 4 a 3, o 4 a 3 que só valia a despedida, mas que no meu mundo, é o resultado mais importante do fim de semana.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Tabacow


Coisas do Canindé

Durante o primeiro tempo do jogo entre Portuguesa e Bragantino,  dois ambulantes, que estavam do meu lado discutiam a logística do Canindé e um deles disse:

- Tem muita gente trabalhando aqui, só dois de "nois" dá conta.

(Em tempos de crise, durante o primeiro tempo da partida, tinha três ambulantes para cada torcedor).

E o jogo só acaba quando termina... ainda não terminou e a Lusa vence por 1 a 0.