segunda-feira, 29 de julho de 2013

A vez da torcida

Temos técnico. E quarta-feira começa o Campeonato Brasileiro para a Portuguesa.

Com a permanência do Pimenta depois da conquista da A2, a Lusa se deu ao luxo de jogar nove rodadas sem um treinador. E o resultado não poderia ser diferente: Uma vitória, quatro empates, quatro derrotas e a última colocação no Campeonato.

A relação “Pimenta e torcida” nunca foi das melhores. O interino chegou a dizer que a Portuguesa precisava muito mais dele do que ele da Portuguesa. Esta foi só uma das declarações arrogantes do pseudo-treinador. E nos últimos jogos, até quem apoiava o genérico de treinador, começou a criticá-lo. Ninguém aguentava mais o Coronel.

Edson Pimenta assumiu interinamente o time depois do desastroso 7 a 0. Mas era só um “cara improvisado” que sairia com o fim da A2. E acabou a A2, começou o Brasileiro, passou a Copa das Confederações e nada da Portuguesa contratar um técnico de verdade.

Pimenta perdeu o respeito do time, da torcida, dos adversários e dos possíveis contratados. Ninguém respeitava mais o "treinador". Mas a insistência da diretoria em manter o interino, nos fez perder nove rodadas do Brasileiro e a chance de uma boa colocação na tabela. E os responsáveis pelo clube, só acordaram, se é que acordaram, após a terceira derrota consecutiva e a última colocação. Pimenta foi dispensado do time. No lugar dele, assume Guto Ferreira, ex-Ponte Preta.

Ferreira vem botar ordem na casa. Se é bom ou não, não sei. Mas agora temos técnico e começará uma nova fase para a Portuguesa.

Ainda não fomos rebaixados, com duas vitórias consecutivas, a Lusa sai da zona de rebaixamento. Estamos só a três pontos do primeiro time fora da zona.

Um dos problemas da Portuguesa foi eliminado com a saída do interino, mas devemos dar uma chance para a equipe. Temos muitas deficiências dentro de campo, mas o time não é tão ruim. A Portuguesa tem capacidade de dar a volta por cima, vencer e sair da zona de rebaixamento.

Nos bastidores, os problemas irão continuar, dizem por aí que até os salários estão atrasados. É o momento da torcida de Portuguesa dar uma trégua para jogadores e comissão técnica. O time rubro-verde precisa do apoio nos próximos jogos. Agora é a vez da torcida!

Quarta-feira é dia de Canindé!


Adeus Coronel


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carta ao Djalma Santos

Quarta-feira, pela manhã, recebi a notícia da sua morte e lamentei profundamente. Sabe Djalma, também tenho 84 anos e a nossa geração está partindo. Amigos, parentes e agora você, meu maior ídolo.

Faz tempo que não apareço aqui no blog, mas não ando muito animado. A Portuguesa só me decepcionada. As coisas por lá não andam muito bem e já estou velho, cansado e desanimado. Vi tantas glórias e agora vejo um clube nas mãos do acaso. Ainda acho que vou morrer de desgosto. 

Estava pensando aqui sozinho, mas acho que foi por causa de você que comecei a torcer pela Portuguesa. 

Em 1952, quando aconteceu aquele primeiro título do Torneio Rio –São Paulo, tinha 23 anos e já acompanhava a Portuguesa junto com meu pai. Mas com aquele título, minha paixão aumentou ainda mais. Meu saudoso pai era da Madeira, faleceu com 102 anos, já estava com a memória fraca, mas nunca abandonou o radinho de pilha para ouvir as notícias e jogos da Lusa. Hoje faço o mesmo e meu filho também. 

Meu filho mais velho, nasceu em 1956, ano que a Portuguesa adquiriu a “Ilha da Madeira” que anos depois se tornou o grande e charmoso Canindé. E o Canindé até hoje é a minha segunda casa. 

Sabe Djalma, eu não ando com a memória muito boa, mas recordo cada lance seu. Tudo que você fez na Portuguesa e na Seleção Brasileira. A memória me impede de afirmar se você participou do Torneio Fita Azul em 1954 ou se já estava na Seleção. Mas não importa, quero acreditar que você participou de toda a época de Ouro da minha Portuguesa. 

Sabe amigo, posso chamar você de amigo, né? Fico triste quando penso que a Portuguesa já foi uma potência e hoje se tornou um clube pequeno, comandado por pessoas que acham que a Lusa é pequena. Lamento pelas futuras gerações. Vejo a Portuguesa em um beco sem saída e isso é muito triste. 

Sempre acreditei que a Lusa era o maior time do mundo e passei isso para meus filhos e netos. Tenho recortes de jornais, camisas antigas, minha primeira carteirinha de sócio, ingressos, tenho a história guardada em uma caixa de sapatos e no coração. 

Mas me pergunto: O que fizeram com a Lusa?

Não temos time, não temos técnico, não temos nem uma gestão. Mas tenho o orgulho de torcer para Lusa. Lusa que aprendi amar e respeitar vendo você vestir as cores rubro-verde. 

Você foi o meu maior ídolo. E nem faz tanto tempo assim eu fui até fim do mundo buscar uma camisa com seu autógrafo para a minha neta. Acredita que ela não me deu a camisa? Eu morri de inveja. A camisa é linda, mas sei que está bem guardada e em boas mãos. 

Não tive a oportunidade de conhecer você pessoalmente, mas tive a oportunidade de ver você jogar e as memórias ficam para a posteridade. Você entrou para a história do clube, da Seleção e do futebol. Você é o melhor lateral-direito de todos os tempos. Que orgulho eu tenho de ter visto você com a camisa da Lusa!  

Amigo, para finalizar, não fique chateado pela falta de consideração do clube. Aqueles homens que atualmente comandam a Portuguesa estão mais esquecidos que eu. Sinto vergonha deles. Mas tenho certeza que a torcida jamais esquecerá de você. Eu jamais esquecerei!

Obrigado, Djalma! Por causa de você tenho ainda mais orgulho em ser Lusa!

Saudações,
Vô Lusa 



terça-feira, 23 de julho de 2013

Adeus, Djalma Santos!

A Portuguesa perdeu o maior ídolo da história do clube e um dos jogadores mais importantes da Seleção Brasileira. Aos 84 anos, faleceu Djalma Santos, o melhor lateral direito do mundo.

O lateral  começou a carreira na Portuguesa . Junto com Julinho Botelho e Brandãozinho fizeram parte da época de Ouro da Lusa conquistando o bicampeonato do Torneio Rio-São Paulo em 1952 e 1955 e o Fita Azul em 1951 e 1953.

Djalma Santos foi o maior jogador da história da Portuguesa. É ídolo de todas as gerações de lusitanos. Ele colaborou com a grandeza do clube, conquistando títulos, torcedores e o orgulho de torcer pela Portuguesa.

O lateral foi convocado para a Copa da Suécia, em 1958, onde o Brasil conquistou seu primeiro título mundial e o jogador foi eleito o melhor lateral do torneio.

Djalma Santos deixará saudades e espero que a Lusa volte a ser o que foi na época do jogador. Volte a ser grande, Lusa! Essa é a maior e melhor homenagem que a Portuguesa pode fazer ao Djalma Santos.



domingo, 21 de julho de 2013

Sete é conta de mentiroso

Parece que estamos em queda livre. Lusa vem de duas derrotas seguidas de times fracos. O Santos, que está muito longe de ser um time bom e o Goiás, que briga diretamente com a Portuguesa para fugir do rebaixamento. Lusa sofreu seis gols nesses jogos, se o Goiás não fosse tão ruim, sofreríamos uma goleada. A Lusa está doida para levar outro 7 a 0, só que dessa vez, na série A.

Parece também que a gestão que comanda Lusa não está muito preocupada com os sete pontos da Lusa e com a posição atual da equipe na tabela. Só não estamos em último porque tem o Náutico, time que empatou com a Lusa nos Aflitos, e soma quatro pontos.

Na rodada anterior, a sétima, o Candinho, nosso brilhante gerente de futebol, disse que só mandaria o Pimenta embora após sete rodadas. Nesse pensamento, faltam apenas cinco rodadas. E perdendo cinco rodadas seguidas o “treinador” cai e a Lusa também.

E se cair, não será fácil voltar. A Lusa enfrenta problemas financeiros sérios, a cota da TV será cada vez menor, os particionadores tendem a sumir e a torcida, que já é pequena, vai desaparecer.

Com a série B, a Lusa pode entrar no fundo de um poço sem fim e parece que os únicos que não entenderam isso foram os administradores da Lusa. Eles estão cagando e andando, já que no fim do ano vão deixar a Portuguesa. E quem assumir a Lusa, pega uma bomba que pode explodir a qualquer momento, a não ser que exploda antes.

Perdemos para o time do Calaça. Temos salvação?

Resta torcer para o Pimenta pedir demissão antes da sétima derrota consecutiva. Oremos, torcida!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O futebol como ele é. Ou como deveria ser

É Portuguesa! É Portuguesa! E o jogo terminou 3 a 0. Sim, 3 a 0 para a Briosa diante do Grêmio Mauaense.

A Portuguesa Santista, a burrinha, a Portuguesa da baixada, a rubro-verde do litoral, a Briosa, chame como quiser, conseguiu a vitória que a Portuguesa, a minha Lusa, não conseguiu diante do Santos.

A Portuguesa, a Santista, briga por uma vaga para a próxima fase da Copa Paulista. A Portuguesa, de Desportos, pela permanência na primeira divisão do Brasileiro.

Não dá para fazer comparações. A realidade é outra. Um jogo no Ulrico Mursa é um universo totalmente diferente do que estamos acostumados no Canindé, Pacaembu, Morumbi, etc...

É o lado B do futebol. Lado que está ficando mais interessante do que o futebol modinha e coxinha presente na nossa realidade. O Ulrico Mursa cheirava sanduíche de linguiça e o cheiro era delicioso. Provavelmente a linguiça era de marca vagabunda e a chapa estava suja e engordurada, mas nada disso importava. O cheiro era bom demais. Tenho a certeza que os jogadores sentiram o cheiro ali no gramado e também ficaram com vontade do sanduíche de linguiça.

Diferente da Vila Belmiro que respirava um ar coxinha retrô. Um estádio antigo, reformado, cheio de camarotes, cadeiras numeradas, telão eletrônico, alto falante sem chiado e cachorro quente com salsicha Sadia. Tudo certinho demais. Com exceção da arquibancada de concreto dos visitantes e arquibancada mais barata da torcida deles. Estádio arrumadinho, mas sem muita visão de jogo no espaço reservado para a nossa torcida. Não dava para ver a trave que estava mais próxima da torcida da Lusa. Era preciso esticar a cabeça e não podia ficar na primeira fileira que era área da Polícia Militar. Já no Ulrico Mursa, a torcida ficou no alambrando discutindo com o técnico do time adversário e sentindo o cheiro da linguiça tostada na chapa suja.

Tenho a sensação que o futebol está ficando chato. Não pode beber no estádio, não pode levar bandeiras, não pode encostar no alambrado, não pode nada.  Estão querendo transformar o torcedor de estádio em um público de teatro.

E só falta banir o xingamento. Daqui a pouco vão proibir falar palavrões. Mas isso ainda pode e os 420 torcedores no Ulrico Mursa xingavam todo mundo. Jogador, juiz, técnico do time adversário, bandeirinha, etc.. Destaque para as três crianças que estavam ali na beira do gramado cantando "Ei, bandeirinha, sua mãe é uma galinha."

Crianças lindas e vestidas com a camisa da Briosa.

Já na Vila Belmiro, a distância entre arquibancada e gramado era pouca e o xingo sobrou para o reservas da Lusa, que aqueciam ali perto, e para o Corrêa toda vez que ia cobrar escanteio. E também rolou a clássica zoação entre as torcidas. O torcedor ainda é criativo e as provocações entre lusos e santistas estavam engraçadas. Muitas vezes me peguei prestando mais atenção na troca de elogios entre eles do que no jogo.

Lá no estádio da Briosa o jogo acabou em 3 a 0. Já na Vila Belmiro, a Lusa perdeu por 4 a 1 e eu te dou quatro motivos para a derrota: Não temos técnicos, Rogério é ruim, Luis Ricardo não jogou nada e não temos um finalizador.

Após os dois a zero do Santos, a Lusa até jogou bem, mas ela é deficiente na zaga e no ataque e assim fica difícil. Ninguém consegue fazer milagres, nem o Pimenta, que acha que é técnico e Deus. E o Santos, que também não é lá muito bom, aproveitou as falhas da Lusa e garantiu os três pontinhos da partida.

Já a Portuguesa...

Outro dia, o Pimenta disse que a torcida da Portuguesa não gostava de sexo, mas mandou a Lusa pra zona. Tô confusa!

Estamos na zona e o próximo jogo será contra o Goiás, na casa deles. A tendência é continuar na zona por um longo e terrível tempo.

Alguém, por favor, pode salvar a Portuguesa, mandar o Pimenta embora e comprar um sanduíche de linguiça pra mim?!

sábado, 13 de julho de 2013

Cinco anos de Boteco da Lusa - Parte I

Cinco anos de Boteco da Lusa! SIM! Cinco anos! O tempo passa rápido. Tão rápido que muitas vezes não sobra tempo (ou ânimo) nem para um post, mas aos trancos e barracos o Boteco completa cinco anos.

De julho de 2008 até hoje, o blog sofreu altos e baixos. Uma relação muito parecida com o time da Lusa. Se a Lusa está bem, o blog também vai bem.

Mas um blog que começou para meia dúzia de gatos, pingados e hoje tem uma dúzia de amigos leitores merece pelo menos um “parabéns” pelos cinco aninhos, né? Acho que vou fazer um bolo e repartir com vocês. Alguém quer?

Antes de fazer o bolo, fui atrás de alguns momentos interessantes da Lusa e do blog.

Tudo começou com uma brincadeira e acho que com o pé esquerdo. Meses depois de lançar o blog, a Lusa caiu para a Segunda divisão. E eu chorei pela primeira vez junto com o Boteco da Lusa.

O gosto amargo do rebaixamento nem tinha passado quando a Lusa ficou de fora da segunda fase do Paulista em 2009. Por minutos, por um gol e uma sensação de vazio. Sensação que fez aumentar ainda mais o orgulho de ser Lusa.

2009  também ficou marcado pela tensão no Canindé. No Campeonato Brasileiro, como não esquecer do mala do Edno? E do René Simões? Fomos parar até no Jornal Nacional.

Muita confusão dentro de campo e nos bastidores e a Lusa não conseguiu o acesso para a série A. Na última rodada ela tinha 0,01% de chance de subir. Não me importei com o acesso e fui para o Maracanã ver a Lusa carimbar a faixa do Vasco.

E chegou 2010. A Lusa não tinha um bom time, isso não é muita novidade, mas lembro da vitória em cima do São Paulo, por 3 a 1,  no Campeonato Paulista. Vitória que me rendeu um dos posts mais legais do blog. 

Assim como o blog, criei asinhas e fui até o Palestra Itália ver um jogo contra o Palmeiras e chegando lá aconteceu uma das maiores tempestades que vi na vida. Conclusão: Assisti o jogo no meio da torcida do amendoim e por pouco não morri de medo.

Meses depois cheguei a conclusão que ver um jogo sozinha no Palestra Itália foi fácil, difícil foi chegar na Ilha do Retiro para ver o último jogo da Lusa pelo Brasileiro, em 2011. A Portuguesa tinha uma pequena chance de conquistar o acesso. E se a Lusa poderia subir, eu queria estar lá para comemorar:  Lusa x "A Coisa". A Lusa não subiu, o jogo não mudou a vida da Lusa, mas marcou a minha vida, minha história e me rendeu muitos amigos que hoje eu amo de paixão. Foi o início de uma nova fase no Canindé e no blog.

E em seguida 2011. Mas 2011 foi tão, mas tão legal, que vai ficar para um próximo post...