quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Mundinho rubro-verde

Crédito: Léo Pinheiro 
Enquanto o mundo prestava atenção no Centenário do Palmeiras, no debate dos presidenciáveis ou na novela da Globo, eu estava ali, no meu mundinho, sofrendo com Portuguesa e Vila Nova.

E no meu mundinho, o jogo entre Portuguesa e Vila Nova era a coisa mais importante da semana.

A vitória tiraria a Lusa da lanterna e deixaria os torcedores da Portuguesa menos aflitos. A derrota seria o suicídio para a Série C.

E no meu mundinho particular acompanhei lance a lance, aflita e desesperada, todos os minutos do jogo. Minha vontade era de entrar em campo e marcar para a Portuguesa. Ou de gritar no ouvido de cada jogador: Vamos jogar, porra! Precisamos vencer!

Já desanimada e acreditando que o “clássico dos lanternas” terminaria em 0 a 0, fui buscar uma cerveja. E dali, do outro lado, ouvi o grito de gol. Corri. Era da Lusa. Era o gol que podia tirar a equipe da lanterna.

Aquele momento o jogo poderia acabar, mas só estava no início do segundo tempo.  A partida durou uma eternidade, tão longo quanto uma disputa de tênis entre Nadal e Djokovic. Talvez até mais chato, e aos 33 minutos o Vila Nova conseguiu empatar com a Portuguesa.

O pesadelo da lanterna voltou a reinar no Canindé e no meu mundinho, mas quando não tinha mais esperança, e já apagava a luz para sair de cena, Gabriel Xavier, o autor, craque, artilheiro, lindo, e melhor jogador do mundo, foi lá e marcou o segundo para a Portuguesa.

Apito final.  E a vitória mais importante do mundo aconteceu, e até a próxima terça-feira,  teremos um pinguinho de esperança em permanecer na Série B, mesmo continuando na zona de rebaixamento. Mas uma vitória anima a torcida. Sonhei até com a Libertadores.

Fim do primeiro turno, mas não o fim do sofrimento. Que venha o segundo turno e o desespero.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Bonitinha, mas ordinária

Era um domingo de Série A, dia de jogo da Portuguesa.  A equipe rubro-verde iria enfrentar a Ponte Preta, em Campinas, pela 37ª rodada do Brasileiro.

O time de Campinas já respirava a Série B. A Portuguesa precisava vencer para permanecer, com uma rodada de antecedência do fim do torneio, na Série A.

A Portuguesa entrou em campo naquela linda tarde de domingo e venceu a Ponte Preta por 2 a 0.

Comemorei aquela vitória como se fosse um título.

Por todas as dificuldades que a Lusa passou em 2013, com elenco fraco, falta de grana e ano de eleição, arbitragem contra e mais um milhão de problemas que fazem parte da história rubro verde,  permanecer na Série A, foi um milagre. E  foi justa a minha comemoração. Foi comemoração da sobrevivência.

Na semana seguinte: Mais um domingo de sol e de Série A. No Canindé, a Lusa entrou em campo contra o Grêmio para cumprir tabela. O jogo passaria batido e nem deveria ser lembrado. Foi um típico jogo da equipe rubro-verde, horrível. A Lusa empatou em 0 a 0. Naquele dia, todas as atenções estavam voltadas para Atlético-PR 5 x 1 Vasco e terrível briga no estádio em Joinville.

E assim terminou o domingo e o Campeonato Brasileiro de 2013. Vasco, Ponte, Náutico e Fluminense dormiram na Série B.

Dias depois, se não me engano, 24 horas depois, a notícias sobre o jogo sonolento, contra o Grêmio, que nem deveria ser lembrado, se espalhava pelas redes sociais, na minha vida e tirou meu sono. Virou um pesadelo.

E para não ser repetitiva, todo mundo sabe o que aconteceu e eu não vou lamentar mais uma vez.

De dezembro pra cá, a Portuguesa foi a vítima, a vilã, a dona da história. Hoje, eu resumo toda a história lusitana como: Bonitinha, mas ordinária.

A Portuguesa é vítima da própria Portuguesa. E hoje, sem medo de errar e com dor no coração, sei que ela é a maior responsável pela situação que vive.

Não tem dinheiro, não tem equipe, não tem direção e não tem dignidade. A Portuguesa perdeu pela desorganização dela, pela ganância dos dirigentes, a Portuguesa se vendeu para o sistema.

Dificilmente a Lusa vai ter forças para reagir de uma situação tão negativa. E pense bem: Ela quer sair desta situação? Parece que não.

 Não existe perspectiva dentro do clube e boa parte da torcida cansou.

O grande erro da Portuguesa foi abrir mão do que ela tinha de mais valor: a dignidade.

Grandes clubes já caíram para a Série C e deram a volta por cima.  Eu gostaria muito de ver a Lusa ressurgindo das cinzas, mas quanto mais eu fico sabendo das coisas da Portuguesa, a única perspectiva é de queda livre e sem volta. Não sou pessimista, sou realista. Mas falta brio para a Lusa dar a volta por cima. E por vir os melhores técnicos e jogadores do mundo que o problema não será resolvido.

Sonho com mais tardes de domingo e Série A, mas toda noite, acordo com o pesadelo da Série C. A “bonitinha, mas ordinária” está colhendo o que plantou durante os últimos anos.