Quando prestei vestibular optei pela profissão: Jornalismo. Queria ser jornalista, igual aquelas de filmes, novelas, todo aquele glamour da profissão, trabalhar em uma redação, entrevistar gente de relevância no cenário internacional, nacional, cultural, esportivo, político, etc... De todas aquelas profissões que estão no Guia do Estudante, jornalismo era a que mais se encaixava na minha perspectiva de vida.
Entrei para a faculdade e logo de início tive a certeza que estava no lugar certo. Eu, uma garota tímida, retraída e atrapalhada estava aos poucos tentando conquistar o meu lugar.
Queria ser repórter esportiva. Cobrir todos os jogos de futebol, vôlei, basquete, ir para uma Olimpíada, etc... Sempre fui sonhadora e sonhos não matam ninguém.
Aos poucos descobri que o jornalismo não era tão glamuroso e que representa o 4° poder. Transmitir uma informação errada pode deixar sequelas que indenização nenhuma paga e que a história não apaga o passado.
Na faculdade fiz minhas pautas, reportagens e trabalhos. Entrevistei pessoas que admiro de todas as áreas possíveis, cobri treinos de futebol da Lusa, São Caetano e até do pequeno Palestra de São Bernardo. Aproveitei o curso da melhor maneira, fiz grandes amigos, colegas e companheiros, conheci todos os bares da região, fui em todas as festas que pude, gritei e me acabei no Juca, me forme e aqui estou com um diploma.
Descobri também que não queria ser jornalista esportiva. Porque o esporte é diversão para mim e se virasse meu ganha pão iria perder o tesão.
A realidade é que profissionalmente nunca precisei usar o diploma. Passei por assessorias e tive uma pequena experiência em redação, mas nunca me pediram: “Me mostra o diploma, aê!”. Não acho que com o fim do diploma devo dizer: Foi tudo para o lixo, nem para cela especial esse diploma serve.
Aprendi muito na faculdade. Além das técnicas de entrevistas, reportagens, do lead, etc... Tive professores que me deram lições de vida e que honraram o espírito jornalista de ser. Ninguém vira jornalista na faculdade está no sangue, mesmo que eu não tenha incorporado a rotina da redação na veia, sou apaixonada por aqueles que transmitem as informações. Sou viciada em notícias, admiro diversos jornalista (com ou sem diploma) e tenho certeza que escolhi a profissão certa.
Profissão essa que não existe segunda, quarta, finais de semana e feriados. E que muitas vezes você está no lugar certo e na hora certa e outras você tem que cobrir a pauta do buraco da rua na periferia da cidade e a notícia acontece em outro lugar.
Apesar da minha vida ser mais tranquila em uma assessoria, gostaria de trabalhar em uma redação, mas ainda tem tempo.
Sobre a exigência ou não do diploma, eu não me importo, os verdadeiros jornalistas terão seu lugar de destaque, mas acho a faculdade importante, mas com uma grade curricular diferente da atual. Conhecimento e bagagem cultural ganhamos no dia a dia e todos os que merecem terão uma vaga no mercado de trabalho. A internet está aí, qualquer um faz a notícia o jornalismo é colaborativo e o pensamento precisa mudar e esse é o ponto positivo do fim do diploma. Não acredito na liberdade total de imprensa porque os grandes veículos ainda pautarão nossas vidas da maneira que mais conveniente para eles.
Nós, blogueiros, internautas podemos fazer a notícia e isso é o mais legal em relação a Lusa. Claro que nem todo blogueiro é jornalista e nem todo jornalista é blogueiro, mas é uma alternativa contra a grande imprensa que nunca deu destaque para a Portuguesa e agora com blogs de conteúdo interessante, ou até mesmo com o clipping dos grandes portais tenho informações sobre meu time que a Globo não transmite e que a Folha de S.Paulo, através de seu Ombudsman já afirmou que só dará espaço para Lusa, talvez se ela for para a final.
Não mudará nada nas redações, na imprensa e na minha vida, muda só o pensamento de algumas pessoas que acham que agora qualquer um pode ser jornalista. Erro: Só se faz jornalismo aquele que tem o espírito do jornalismo.
Aproveito para reforçar e indicar os blogs da Lusa que estão do lado direito da tela que retratam a Lusa de maneira crítica, original e com informações que não estão nos veículos de massa.
Um comentário:
Bem bacana o texto. Com o surgimento da internet e o avanço de blogs, twitters e afins, qualquer um, jornalista ou não, pode ter um espaço para se expressar. Hoje, qualquer torcedor com uma máquina digital, ou com o próprio celular, pode conseguir uma imagem melhor do que o fotógrafo que está em campo, qualquer torcedor pode ter um ponto de vista mais interessante do que qualquer repórter formado. Aliás, acho que os Blogs servem exatamente para isso - sem contar a possibilidade constante de troca de ideias. No caso da Lusa, os Blogs acabam cumprindo o papel que caberia à imprensa, que simplesmente nos esqueceu ou nos trata como inexistentes. Mas não há de ser nada não. Tenho fé, e muita, que a Lusa ainda vai recuperar o prestígio e ter o espaço que de fato merece na mídia.
www.blogdaportuguesa.blogspot.com
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