sexta-feira, 13 de abril de 2012

A surpreendente Portuguesa II

Já havia chovido a tarde toda e algumas ruas da cidade ainda estavam alagadas, o trânsito não era o dos melhores e o time da Portuguesa não me animava. Já estava quase desistindo do jogo, mas aos 45 minutos do segundo tempo resolvi ir. Como já tinha ido a todos os jogos no Canindé este ano, não poderia perder a “decisão” contra o Juventude. O jogo representava a possível despedida do Jorginho, de boa parte do elenco (que não vou sentir saudades), da Portuguesa (antes do Brasileiro) e do Canindé.

Antes de subir as escadas e entrar no Estádio, conversei com algumas pessoas, e o sentimento era bem parecido com o meu. Poucos acreditavam que a equipe conseguiria reverter o resultado negativo do primeiro jogo, fazer três gols e se classificar para a próxima fase da Copa do Brasil. Estavam lá, pelo mesmo motivo que eu estava, pela paixão.

Lamentamos a má fase, a falta de vergonha na cara dos nossos dirigentes, a camisa horrível e a falta de brio dos jogadores e fomos para a arquibancada.

Lá dentro, dava para contar nos dedos o número de torcedores. Figuras conhecidas, rostos familiares, os mesmo de sempre. Os mesmo 719 corajosos de sempre.

A Lusa entrou em campo. No início, chutou, chutou e não acertou. Finalizações sempre mal finalizadas. E eu tinha a certeza: A Portuguesa não iria se classificar. Jamais conseguiria fazer três gols no fraco Juventude.

E aconteceu um pênalti. Ricardo Jesus foi lá e marcou. E depois, não aconteceu mais nada. A Lusa até tentou, mas nada dava certo.

Já no segundo tempo, a Lusa continuo tentando, mas a bola não entrava. Não entrava por falta de habilidade e também por falta de sorte. E de repente, aconteceu o segundo gol, também do Jesus e agora já levaríamos o jogo para os pênaltis. E eu, com toda minha falta de confiança, continuava achando que só um milagre classificaria a Portuguesa. Mas agora já tinha uma desculpa: Pênalti é um caixinha de surpresas.

E quando não esperava mais nada da rubro-verde, Jesus, ele outra vez, foi lá e marcou o terceiro. Lusa estava classificada e eu não consegui conter minha alegria. Estava ali, no setor do tremoço e sai correndo para abraçar os amigos, festejar, gritar, pular, me descabelar... Fazia tanto tempo que não comemorava desta maneira.

Eu e mais os 700 torcedores da Lusa comemorávamos como crianças quando saiu o quarto gol da Lusa. Muito mais do que a salvação de Jesus, aquele gol foi um milagre de Raimundo, o Raí.

Pessoas ajoelhadas na arquibancada, torcedores pulando, se abraçando, todos felizes... Enfim, a Portuguesa jogou bem. A Lusa voltou a mostrar um futebol razoável e mostrou um pouquinho de raça.

Passamos para a próxima fase da Copa do Brasil. Fui embora feliz, mas sem muita esperança de dias melhores. Sei que na próxima fase, estarei no Canindé com mais 718 torcedores e se não chover, quem saber um pouco mais de torcida.

Agora é esperar pela vitória no domingo. Não espero um milagre, espero apenas que a Lusa faça um bom jogo, vença o Mirassol e me surpreenda positivamente...




Um comentário:

j alex atibaia disse...

o Jorginho voltou a usar o Rai como deve ser, 20,30 minutos e só.
resultado: muita raça, 2 belos chutes, 1 assistência e 1 belo gol. e o Jesus é intrigante, chutes e finalizações bizonhas, mas ontem um segundo tempo muito bom. eu cobriria a oferta do Atlético pelo VW.
afinal de contas , um time começa por um bom goleiro.